sábado, 18 de dezembro de 2010

Um presente de natal! Uma biografia - Alda Niemeyer

Outro dia, elaboramos, resumidamente em poucas linhas, um pouco dos feitos da sócia do C.C. 25 de Julho e sempre atuante, Sra Alda Niemeyer. Através da narrativa percebemos a energia e a força que permeiam esta cidadã do mundo e que temos o privilégio  em tê-la muito próxima.

No C.C. 25 de Julho - 13 de dezembro de 2010
Recebemos, uma outra Biografia.
Um presente que ganhamos agora,  véspera de natal.
Uma biografia escrita  por sua filha Beatriz, que conviveu e convive muito mais próxima de Sra. Alda Niemeyer.

Ilustrado pela equipe do Blog



ALDA SCHLEMM NIEMEYER

( Agora com 90 anos )

O que se faz quando, aos 84 anos de idade, recebemos um convite para viajar à Noruega numa expedição? “Depois do susto, arruma-se a mala!” Com artrose nos joelhos, e sozinha, lá se foi para encontrar uma equipe desconhecida.
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Noruega

















Essa é Alda Niemeyer. Determinada, mas doce. Apaixonada pela vida e pelo contato com pessoas. Corajosa e otimista, mas disciplinada.

Ela nasceu em Joinville, em 1920 e cresceu como uma menina esportiva e travessa. Até teimosa, admite. Teve uma juventude segura e feliz.

Joinville

Até que em 1939 foi à Alemanha, onde faria um intercâmbio cultural. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, aquilo que seria uma viagem de poucos meses, transformou-se numa estadia de 9 anos, cheios de tragédias.

Segunda Grande Guerra
Chamada a prestar serviços civis, fez curso de enfermagem e trabalhou junto à Cruz Vermelha. Do consultório dentário, passou a atender parturientes e soldados mutilados.

Durante a guerra casou e teve os primeiros três, de seus seis filhos. Passou privações e fome. Sobreviveu ao pior bombardeio da Segunda Guerra, em fevereiro de 45 na cidade de Dresden, de onde saiu temporariamente cega. Fez valer seu lema de vida, escolhido conscientemente na juventude: “Eu vou conseguir!”.


Dresden  - 1947
Conseguiu voltar ao Brasil apenas em 1947, dois anos após o término da guerra. Separou-se e enviuvou. Residindo em Curitiba, casou-se com o médico Érico Niemeyer, com quem se mudou para Blumenau em 1956. Com ele teve outros 3 filhos. Hoje é avó de 13 netos e 5 bisnetos.

Blumenau


Blumenau












Blumenauense de coração, já no ano seguinte envolveu-se nos trabalhos assistenciais da Sociedade Evangélica de Senhoras, junto à Maternidade Elsbeth Koehler, onde atuou por 15 anos. Já participou das obras assistenciais das Soroptimistas e atualmente é membro do Conselho da APAE.

Em 1976, segundo ela “tarde, mas não tarde demais”, ingressou no radioamadorismo, hobby que a transformou em referência nacional e internacional no mundo das comunicações.

Sra. Alda Niemeyer

A enchente de 1983 veio comprovar seu empenho na Defesa Civil: tendo a própria casa inundada, vovó Alda (como é conhecida no rádio) instalou suas antenas sobre o prédio da então EMBRATEL. De lá conseguiu mobilizar ações de apoio vitais para a cidade de Blumenau: trazer vacinas através da Força Aérea, conquistar a doação de milhares de litros de água potável, conseguir remédios, roupas e alimentos, inclusive muitas toneladas em donativos de radioamadores amigos da Alemanha. Ajudou a estabelecer a comunicação entre órgãos oficiais, mas também possibilitou ajuda a particulares.

Blumenau - 1984

Membro de diversas Ligas e Ordens no país e no exterior, inclusive a Rede Nacional de Emergência (RENER), já recebeu inúmeros prêmios, comendas e homenagens por seus relevantes serviços em Defesa Civil, na esfera municipal e nacional. Destaca-se a Comenda da Ordem Padre Landell de Moura e a Comenda da Legislativa do Estado Santa Catarina.

Reergueu e presidiu o Clube de Radioamadores de Blumenau por 5 gestões e é palestrante convidada, onde divulga a obra do brasileiro inventor do rádio, o Padre Landell de Moura e o radioamadorismo.


Pe. Landell Moura

Participou da única expedição latino-americana de mulheres radioamadoras em Ilha Comprida, representou o Brasil em Morokulien na Noruega numa expedição no Território da Paz e no Encontro Holandês-Alemão, em Bentheim.


Assídua leitora, poliglota e versada em informática, Alda escreveu em conjunto com o Coronel Antonio Barreto o livro “SOS Enchente – Um Vale pede Socorro” , que ela própria verteu ao alemão. Também traduziu para o alemão o livro de Hamilton Almeida, “O Outro Lado das Comunicações”, ambos lançados na Alemanha em 2006.


Escreve regularmente para revistas sobre radioamadorismo e é “repórter a distância” do Jornal Brasil Post, em São Paulo, em cujos artigos divulga nossa cidade.


Ainda no âmbito cultural, participa na organização dos eventos e festas do Centro Cultural 25 de Julho, onde durante vários anos atuou e dirigiu o Grupo de Teatro Amador Alemão.

Organizando o Progama do evento natalino do C.C. 25 de Julho 2010

Noite de Natal - C.C. 25 de Julho - 2010


















Às vésperas de completar 90 anos, continua ativa e prestativa e nunca nega ajuda a quem lhe pede uma palavra ou a mão. Com um sorriso ela abre qualquer porta e, numa lição de sabedoria, diz: “Nem as muletas, nem a idade, me impedem de realizar muita coisa boa e bonita! O único sonho que talvez não possa mais realizar é saltar de pára-quedas”.


08/02/2008

Quem é que sabe Sra. Alda?


Admiração, amizade, respeito nossos a Sra Alda Niemeyer.


Postado por Angelina Wittmann





2 comentários:

Rony disse...

Vó Alda é um exemplo de pessoa.
Eu e minha esposa tivemos a alegria e honra de conhece-la em Blumenau.
Parabéns pela homenagem.
Incluí link para a reportagem na página que mantenho sobre radioamadorismo no Brasil:
www.radioamador.org.br

Rony, PS7AB

Centro Cultural 25 de Julho disse...

Bom dia Rony. Um exemplo de conduta e de vida para todos.
Acessaremos o link que sugeristes.
Um abraço dos amigos do Blog do C.C. 25 de Julho.