domingo, 2 de dezembro de 2012

Um pouco de História - O Natal


O Natal comemorado no dia 25 de dezembro, não é comemorada nesta data por todos os países. Em alguns países (eslavos e ortodoxos) é comemorado no dia 7 de janeiro. Foi fixada a data de 25 de dezembro para comemorar o Natal, por coincidir com o solstício de inverno e com festividades pagãs romanas.

Conhecer um pouco...
Solstício de Inverno
Há milhares de anos a humanidade festejava o nascimento do sol como sendo o acontecimento mais importante da Terra - Solstício de Inverno. O solstício de  Inverno acontece no período que varia de 17 a 25 de dezembro, dependendo do ciclo solar de cada ano. Muitas adaptações e má interpretação histórica são apresentadas aleatoriamente em vários períodos sobre este período ao longo da história da civilização. Teve modificações e adaptações feitas pelo Império Romano e o cristianismo  em várias regiões no mundo e também na região onde está localizada a Alemanha atualmente. Adaptaram e adotaram o Natal nesta data, como a data do nascimento do filho de Deus e não mais o nascimento do Sol como conheciam os "povos pagãos" - povos antigos alemães - Para saber mais ver o Post, clicando sobre Germanos e sua Mitologia - Crenças e Panteon - Pa...   e Germanos e sua Mitologia - Crenças e Panteon - Pa.... Em 336, o imperador romano Constantino I, aproveitando os festejos dos solstício da luz nas várias regiões conquistadas pelos romanos, anunciou a nova religião de Roma e contou a história de Jesus. A religião cristã romana tomou como base para sua  formação, informações antigas das religiões pagãs locais. O nascimento do filho de Deus na Terra na mesma data do sol foi uma dessas adaptações feitas para a nossa era.O solstício  de inverno era uma data comemorada por todos os povos de todas as religiões, pois se tratava do nascimento do novo ciclo do sol  sob a Terra. Ainda existe informações do solstício nas paredes de monumentos egípcios e nos registros dos indianos. O solstício também estava registrado nas antigas escrituras sagradas e em muitos livros que foram destruídos e queimados pelo Império Romano e na Idade Média.   Foi através da formação do que ficou registrado em Roma, através do Concílio de Niceia, que Roma mudou a história da humanidade. Este Concílio  aconteceu em 336 com o objetivo de criar uma religião oficial para o império romano. Foi elaborado não somente um novo calendário para o mundo ocidental, como também, foi mudado o rumo de sua história. Tudo que fosse contato de forma diferente era considerado de origem pagã a partir de então.A partir desta data, foi dividido o mundo ocidental em cristãos e pagãos, fato responsável pela existência de muitas guerras e fez apagar muita história da cultura de alguns povos (Na Alemanha, o trabalho  dos Irmãos Grimm contribuiu para a preservação desta tradição e histórias antigas, nas regiões que formaram o país e arredores. Para ver saber mais, clicar sobre: Um pouco de História...Irmãos Grimm
As comemorações - conhecidas natalinas, as quais na Europa foi  e é festejada em dezembro, foram trazidas para as Américas  na época da catequização dos índios. 
Sempre é bom conhecer...
Continuando...

De onde vem a palavra Natal....

Do latim = natális , derivada do verbo nascornascérisnatus sunnasci, significando nascer, ser posto no mundo
Concílio de Niceia
Natal é comemorado desde o Séc. IV , após o Conselho de Niceia criado pelos Romanos, nos territórios que dominavam e no império. Desde o Séc. V, a partir da readaptação do solstício de inverno, é festejado pelos povos dominados - que passa a ser a data de nascimento de Jesus Cristo para a nova religião do cristianismo.
Seu significado no italiano é natale, francês é Noël, no catalão é Nadal, espanhol é Natal e português é Natal.
No inglês a data é conhecida como Christmas e provem das palavras latinas Cristes measse. Seu significando em inglêsChrist´s  Mass - missa de Cristo.
Do natalis deriva também “natureza”, o somatório das forças ativas em todo o Universo.

Constantino I

Muitos registros apontam que a primeira celebração da data do nascimento de Jesus Cristo - Natal - aconteceu em Roma, em 336 DC, quando imperador romano  Constantino I apresenta a nova religião do império romano. Na região oriental do império romano, o natal é comemorado em 7 de janeiro. Segundo consta, é a data do batizado de Jesus.




Por que esta data? 

Negação ao Calendário Gregoriano, no qual as igrejas ocidentais adotaram o dia 25 de dezembro para o natal e 06 de Janeiro para Epifania, ou “Manifestação” – onde é comemorado a visita do Reis Magos, atualmente conhecido como dia de reis - atualmente, é a data na qual é desmontada a árvore de natal

A data 25 de dezembro não é a data real do nascimento do menino Jesus. Esta data é a data adotada, também para cristianizar as festas “pagãs” dos vários povos e oportunizar sua popularidade, estas  presentes nas mais variadas regiões pelo mundo, inclusive, na região que viviam os povos germanos, descritos por Tárcito - Para saber mais clicar sobre: Um pouco de História ... Sequência Parte I - Livr.... Quase sempre coincidentes, com as festividades do solstício de inverno.

Stonehenge - Grã Bretenha
 
Saturnália
Os romanos, também neste mesmo período, tinham uma festividade em honra ao deus Saturno – Saturnália – que era comemorada de 17 a 22 de dezembro. A festividade tinha como características:  muita alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro, igualmente, era conhecido pela data do nascimento do deus persa Mitra – o Sol da Virtude

Em síntese, as festividades de natal criada pelos romanos cristãos, foi uma data que coincidiu, na época, com uma homenagem à data de nascimento do deus persa - Mitra, que representa a luz e, ao longo do século II tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. As festividades ao deus Mitra tinha como objetivo celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano, no hemisfério norte, a qual acontece no final de dezembro. Na Mesopotâmia, região aonde surgiram a escrita e a roda, a celebração durava 12 dias. 
yin-yang
Os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. 
Os povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam em volta do Stonehenge, monumento que começou a ser construído em 3100 A.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano. 
Com a intenção de converter os “pagãos”, os cristãos da época fizeram com que as festas pagãs parecessem “cristãs” e este fato é conhecido, há muito tempo, por muitos e também por  historiadores e eruditos. Um exemplo disto: em pleno século XVII, as festividades de Natal, por não apresentar uma origem bíblica, foram proibidas na Inglaterra em algumas colônias americanas. Na ocasião, se alguém permanecesse em casa e se negasse a ir trabalhar, no dia de natal,  era multado.
O deus babilônico Marduk (dir.) e o monstro Tiamat
Um exemplo próximo e muito recente...
Na casa paterna de nossa infância, não eram reconhecidos e valorizados: a árvore de Natal, o Papai Noel  e as decorações natalinas. Nossa herança cultural tinha ligação forte com o catolicismo espanhol e português e este, por muito tempo, não reconhecia as festividades que não tivessem origem bíblica - o Natal primava pela simplicidade semelhante àquela do cenário no qual nasceu Jesus.
Natal em nossa casa de infância era comemorado em torno do presépio, geralmente localizado no ambiente onde a família fazia as refeições diárias. No ambiente se arrumava a mesa para todos da casa, na véspera do dia 25 de dezembro. Era uma mesa posta de maneira muito simples, com pratos identificados, de nosso uso diário nos quais era servido alimento (palha) para o burrinho que traria o Menino Jesus na noite de natal. Alertavam-nos que  o Menino Jesus traria presentes para todas às crianças da casa que tivessem bom comportamento. Por conta disto e da expectativa da chegada do ilustre visitante, todos dormiam muito cedo, para que Ele chegasse logo. Já na madrugava, o Menino deixava seu rastro de alegria em sua passagem "imperceptível" mas, real. O burrinho comia todo o alimento dos pratos e neles o Menino Jesus deixava os presentes. Estes, quase sempre, eram algo útil, como: sapatos novos, material escolar ou roupas. Geralmente, dormíamos com os sapatos novos nos pés, de tanta alegria.

Prosseguindo...
Muito do que "consumimos" hoje, para "fazer" nossa festa de Natal, destoa da originalidade e de nossas raízes culturais, tonando-nos "massa" consumidora. Sem percebermos, estamos no meio de um "ciclone" consumindo, consumindo, sem qualquer reflexão real do significado desta data. Até mesmo ícones de nossa real cultura estão no balcão de "aliciamento" de maneira disfarçada a partir de pseudos valores. Atenção é preciso ter! As alegrias estão nas pequenas ações nas dobraduras da ilusão que muitos vivem no momento presente.
Natal sem distinções - igualitário - Comecemos nas pequenas ações. Se o espírito natalino existir de fato nestes momentos do Parque Ramiro Ruedger,  este local pago permanecerá vazio, pois todos estarão irmanados em torno do lago e ouvindo o Concerto de Advento.
Árvore de natal

É sabido que a Igreja Luterana é uma dissidência de Igreja Católica Romana criada no Império Romano e muito das festividades religiosa permaneceram, como também o natal. A primeira árvore de natal foi decorada por Martinho Lutero.
Martinho Lutero, antes de ser um homem que ensinava assuntos da espiritualidade, era um professor de grande sensibilidade.
Em uma noite estrelada, vislumbrou o céu entre as copas dos pinheiros, na Alemanha. Percebeu o céu intensamente estrelado parecendo-lhe um colar de diamantes encimando a copa das árvores. Ficou tão extasiado com o espetáculo natural que decidiu arrancar um galho do pinheiro e levou para casa. Em sua casa, tentou reproduzir o que viu ao ar livre.
Colocou o pequeno pinheiro em um vaso com terra e chamou sua esposa e filhos e decorou a pequena árvore com pequenas velas acesas afincadas nas pontas dos ramos. Para a árvore ficar mais bonita e alegre, arrumou papéis coloridos para enfeitar seus ramos.
Lutero e família na famosa gravura de
Carl August Schwerdgeburth
A família Lutero ficou maravilhada com a árvore acesa, o que lhes parecia ter adquirido vida. Assim surgia a primeira árvore de Natal. Martinho quis mostrar às crianças como deveria ser o céu na noite do nascimento do Menino Jesus.
Este é um dos motivos, pelos quais, muitos países católicos não aceitavam a árvore de natal e somente o presépio natalino - motivos religiosos.
"Os católicos zombavam do culto a Lutero da mesma forma que do costume da árvore de Natal", explica Döring. Aliás, uma das expressões sarcásticas com que denominavam o protestantismo era "a religião da árvore de Natal". Alois Döring- Etnólogo de Bonn.
O Presépio

O presépio, na igreja católica, foi usado pela primeira vez por Francisco de Assis, em 1223. O frade franciscano quis celebrar o Natal, na ocasião, de uma maneira mais real possível, e com a permissão do Papa, montou m presépio de palha, com a imagem do Menino Jesus, de Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento e vários outros animais. Neste cenário celebrou a missa de natal. Foi um sucesso, que logo foi adotado em toda a Itália, passando a ser usado nas casas dos nobres da Europa e depois em todos os lares.

Natal na Alemanha

Natal começa a ser “preparado”, na Alemanha, no período do Advento, no final do mês de novembro, correspondente ao quarto domingo antes da data – Este período em alemão é conhecido como: Weihnachtszeit.
Durante o período de advento acontece os “Weihnachtsmarkt”- as tradicionais feiras de Natal. A maioria destas feiras atende ao público até os dias 23 e 24 de dezembro e quase sempre é ponto de encontro entre familiares e amigos.
Advento

O advento é o tempo para a preparação. A coroa de advento, geralmente é feita de ramos de pinheiro e fitas vermelhas e tem importante significado na tradição de Natal na Alemanha, entre outros países. Este conjunto de ramos, conhecida por guirlanda recebe 4 velas, que são acesas a cada domingo que antecede o Natal.
A Origem do Advento

A guirlanda é oriunda da tradição pagã,  sendo adotada e modificada pelo cristianismo. Os povos da região, antes da vinda dos cristãos, na escuridão do inverno, em volta das folhas acendiam velas, que representavam a luz e o fogo do deus Sol, desejando que a luz e fogo do sol retornassem em breve.
Para cristianizar as pessoas que habitavam a região, os primeiros missionários, adotaram a tradição, dando um outro significado a este costume antigo. Seu significado atual representa a união, o amor de Deus e as velas lembram que Jesus é a luz do mundo.
Adventskalender
O Calendário de Advento - Adventskalender - é um dos principais símbolos do advento alemão. O calendário é formado por janelinhas com números de 1 a 24, sendo que o 1 representa o primeiro dia do mês de dezembro e o dia 24 é a véspera de Natal. O Adventskalender surgiu na Alemanha e é um tipo de“contagem regressiva” para as crianças, que aguardavam, com grande expectativa, o dia de Natal.
São Nicolau


Na Alemanha é comemorado o dia de São Nicolau no dia 6 de dezembro. Rege a tradição que neste dia, as crianças bem comportadas recebem doces, luvas, cachecóis e ao contrário, as mal comportadas recebem carvão em seus sapatos. Para as religiões cristãs, este personagem bondoso é considerado o verdadeiro Papai Noel. Ele não tinha barriga, não usava roupas vermelhas e nem calçava botas pretas. Ele era alto, esbelto, vestia uma batina branca e usava mitra. A roupa vermelha era sua vestimenta de Bispo, conhecido Bispo de Mira.
Em todo o mundo, este dia, 6 de dezembro é usado para montar a árvore de natal, que permanece assim até o dia da Epifania, no dia 6 de janeiro.

Bispo de Mira

São Nicolau, após ser padre, se tornou bispo. São Nicolau Taumaturgo era da cidade Mira. Foi muito conhecido pelos ortodoxos, principalmente pelos russos.

Nicolau nasceu na Ásia Menor, no final do Séc. III. Sempre teve desejos de entrar na vida religiosa, desde tenra idade. Foi ordenado padre muito jovem. Ainda jovem, Nicolau herdou grande fortuna e a distribuiu entre os pobres. Ajudava aos mais necessitados anonimamente para que ninguém pudesse lhe agradecer.

Um pouco do que se coloca na mesa no dia de Natal alemão


Plätzchens de natal


O Plätzchen é um dos mais tradicionais doces da época natalina. São bolachinhas dos mais variados tipos e formas enfeitadas de vários jeitos. Seu preparo exige das famílias muito tempo disponível e geralmente a família toda. Quando há crianças, são as mais empolgadas na confecção da iguaria.

Stollen

Originalmente, este tipo de bolo era cozido sem manteiga ou leite, pois estava em vigor na época, a proibição destes ingredientes, pelo Papa. Lord Ernst da Saxony e seu irmão Albrecht apelaram ao Papa para anular esta proibição, conhecida como "Butter-Verbot" ("Proibição da Manteiga"). O Papa, pouco tempo depois, declarou (conhecido como o Bufferbrief) que o leite e a manteiga podiam ser, finalmente, utilizados na confecção do Stollen.

Weihnachtsgänse

Na noite de natal, é tradição ter na mesa da ceia -  o Weihnachtsgans – ganso assado que é servido com bola da batata – kartoffelklösse, e repolho roxo-Rotkohl.
É importante conhecer! 
O que vale é o espírito de natal reverenciado o amor que envolve este momento de trocas...
Boas trocas.



Feliz Natal!!



2 comentários:

Maurilio C. Bugmann disse...

Um trabalho de pesquisa sobre o Natal muito 10!

Angelina Wittmann disse...

Agradecemos suas palavras Maurílio. Bom costurar os retalhos da História, mesmo faltando alguns pedaços, para compreendermos o que repetimos e qual a sua essência no momento presente...para de repente, não sermos "tragados"...Podendo participar, de maneira consciente. Nestes momento, amor e fraternidade, acima de qualquer bandeira e senso comercial.
Abraços da Equipe do blog do C.C. 25 de Julho de Blumenau.